top of page

ACADÊMICOS DE SÃO JORGE APRESENTOU ENREDO

 

Com 10 anos de existência no samba paulistano. A Acadêmicos de São Jorge já tem enredo para o próximo carnaval.

 

Com o título "O mito, a guitarra e o pandeiro. Dois filhos da mãe África nos dez anos da São Jorge. O samba e o rock", a escola da Vila Sabrina promete um grande carnaval para comemorar os seus 10 anos.

 

O talentoso, Robson Silva será o responsável pelo desenvolvimento do enredo de autoria de Eduardo de Amorim.

A São Jorge disputará o grupo 2 do carnaval da UESP em 2016.

 

Confira a Sinopse:

 

Introdução

 

Mãe África...mãe que viu seus filhos se espalharem e lutarem sobre leito de tristes lagrimas e sofrimento, nas historias sobre a vasta humanidade que agravou a ética humanista em varias sociedades durante gerações.

Mesmo nos braços do egoísmo e da ignorância humana os escravizados seres de pele escura nunca calaram a voz e nem deixaram de fluir a energia musical vinda de eras bem distantes.

Oriundos de povos primitivos as canções eram ouvidas em canaviais, açudes e senzalas, plantações originando danças, ritmos, instrumentos, que em forma de magia, o grito de dor, ecoou em forma de explosão, resultando em gêneros musicais na historia mundial.

Ao som de instrumentos como os atabaques, macumbas, bangôs e chequerês, surge do povo do congo, o Semba.

A dança que gira em torno do umbigo, trazida pelos escravos nos séculos XV e XVII, se espalha na Bahia, depois no Rio de Janeiro, formando a história do majestoso samba. Outro filho da nossa mãe África, o rock. Há quem duvide, mas esse filho também veio dos braços da mãe negra.

Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Em fins de 1950, nos Estados Unidos, a chamada "geração silenciosa", marcada pelo fim da segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado. Sendo assim, nos braços da musicalidade a nossa Acadêmicos de São Jorge festeja esse encontro tão amado e miscigenado num verdadeiro carna-rock, provando que até musicalmente, somos irmãos!

Hoje o roqueiro pega um surdão. E o boêmio traz acordes da guitarra. São dez anos de desfiles, comemorando com muito samba, kizomba e rock and roll.

 

PARTE I - DO GRITO DE DOR E INSATISFAÇÃO, SOBRE OS ACORDES DA LIBERDADE CONTRA A OPRESSÃO...A MUSICALIDADE FAZ SURGIR O "ROCK AND ROLL"

 

O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. A medida que o escravo afundava na cultura local - representada, no plano musical, pela tradição européia - o grito ia se alterando, assumia novas formas.

Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a européia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra "blues", que em língua inglesa também significa "triste", "melancólico". Assim, essa nova música "doce-amarga" se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.

No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Um gênero que por vezes foi considerado estranho...assustador, demolidor, marginal, romântico, depressivo, demoníaco, entre outras variações...mas o rock and roll, foi ao passar dos tempos sendo entendido...e amado por diversas gerações. Surgiram as bandas, cantores, trilhas sonoras, estilos de roupas e ambientes que ditaram moda de gerações á gerações. Foi cantado e curtido por jovens, rebeldes, e desgostosos com a situação política de suas sociedades. O rock veio através de estilos diversificados, poderemos observar por seus grandes astros. Temos a vertente de grandes estilos afro americanizados: o blues, jazz, o rock, o pop, que encantam multidões.

O Rock no Brasil

O Rock brasileiro (mais conhecido no Brasil como rock nacional) teve início no final da década de 1950, conquistando maior popularidade na década de 1980.

O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi dado por Nora Ney quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets, em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme. Em uma semana a canção já estava no topo das paradas.

Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo e gravada por Cauby Peixoto. Os primeiros ídolos do rock nacional foram os irmãos Tony e Celly Campelo que, em 1958, lançaram o compacto Forgive Me/Handsome Boy, que vendeu 38 mil cópias. Tony gravaria mais dois singles até seu álbum em 1959, e Celly estourou em 1959 com "Estúpido Cupido" (120 mil cópias vendidas), chegando a ter boneca própria.

O começo da década de 60 foi marcado pelo surgimento de um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.

Seguindo o sucesso das Jovem Guarda, surgem entre outros, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo e Ronnie Von, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo. A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help, dos Beatles).

Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.

Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima. Entre outras bandas e estrelas do rock nacional

.

PARTE II- SEMBHA, AMOG SEMBA, OU SAMBA...FILHO QUE TAMBEM LUTOU CONTRA A DOR...NUMA EXPLOSÃO PARA A LIBERDADE...O SIMBOLISMO DA NEGRA COR

 

Claro que bem antes do surgimento do rock, no século XV, entre as nações foram aportados negros de diversos países da África, como sabemos, a diversidade de sons e instrumentos feitos com os recursos que o negro encontrava nas matas, lavouras e canaviais, faziam surgir um universo de instrumentos usados até o dia de hoje. Se na plantações surgiam cantos, nos rituais das noites ouviam se cantigas aos sons de instrumentos africanos dançava se o Jongo.

Ouvíamos sembha...dança que se dança em torno do umbigo. A umbigada e o gingado das rodas de candomblé, trouxeram a graça da força e o ritmo do conceituado: samba.

Chegando em terras brasileiras, os atabaques ganham cada vez mais pudor entre os povoados. Na difusão dos tempos, temos o samba de roda na Bahia, o samba em Pirapora em São Paulo, os tão freqüentados sambas feito nos quintais do Rio de Janeiro, no final do século XVIII, e até mesmo o surgimento das escolas de samba no morro do Estácio na cidade carioca. Nos orgulhamos dessa cultura que fizeram nascer sambistas de todos os tempos, ganhando prestigio nacional, a partir do terreiro de Tia Ciata.

Temos Jovelina Perola Negra, Candeia, Jorge Aragão, Aniceto, Clara Nunes, entre outros. O primeiro samba gravado foi pelo telefone...daí se narra uma historia de musicalidade nos braços da conscientização...de que o negro traz nas veias a arte de encantar e envolver a sociedade. Como comarca de ambientes como as senzalas, os quintais, os terreiros de candomblé, as rodas de jongo, O samba passou a fazer êxito musical e emocional até mesmo no mundo intelectual.

Sendo admirado e estudado por gerações. Alem da riqueza magistral e cultural...trouxe a mistura das raças, e a representatividade do nosso país. O gênero trouxe danças, como a gafieira, o samba junto, a capoeira que se difundiu como luta e esporte, o próprio samba rock...samba rock? Que seria isso? O encontro de dois irmãos...

 

PARTE III- UM ROCK SAMBA, UM SAMBA ROCK... A GUITARRA E O PANDEIRO NO TÃO ENVOLVENTE RITMO DA IGUALDADE!

 

"O rato roeu a roupa do rei de Roma" Ou "não sei não assim você acaba me conquistando"..."tô no balanciê...tô no balanciá"...Pois é...canções que quebraram de vez o preconceito musical e provou a todos que na música não existem grilhões...o importante é a felicidade e dançar, ou de curtir, ou de tocar. O maravilhoso acorde da guitarra do rock and roll se juntava com o pandeiro, surdos e outros instrumentos nos trazendo o samba rock...O tio Sam viu as curvas e o gingado da mulata e de vez nasce esse estilo...o samba-rock.

Samba-rock é um tipo dança que surgiu da criatividade dos freqüentadores dos bailes - em casas de família e salões da periferia de São Paulo - no final da década de 50 e começo da década de 60, mesclando os movimentos do rock and roll com os passos do samba de gafieira. Nasceu ao som dos primeiros DJs e depois das equipes de som, a despeito deste ou daquele ritmo, importando tão somente o tempo da música em relação à dança.

Na virada dos anos 60 para os 70, o Brasil testemunhou a definição de um novo gênero musical, a partir da fusão das bases rítmicas e temáticas do samba com um discurso e uma musicalidade absorvidos diretamente da música negra americana. Já há algum tempo, músicos oriundos de diversas tendências, conectados com as influências da cultura internacional, dialogavam, criando novos ritmos a partir da fusão da matriz comum gênero do samba com o jazz, o rock e a "Soul Music". Temos nomeados cantores que gravaram samba rock que foram aceitos na popularidade, como Jorge Bem Jor, João Gilberto, Caetano Veloso, Wilson Simonal entre outros...que tiveram um brilhante empenho que agitava os bailes na época da jovem guarda. Era quebrado de vez o muro dos ressentimentos, e preconceitos em entradas de bailes por cor de pele...a união dos ritmos simbolizou bem mais que a liberdade de escolha...a dança e o ritmo da igualdade.

 

PARTE IV- A NOSSA "SAMBAROCKIZOMBA", A KIZOMBA DA FELICIDADE FESTEJANDO DEZ ANOS DA ACADEMICOS DE SÃO JORGE...UM "CARNAROCK" DE EMOÇÕES!

 

Hoje a passarela se transforma num carnaval onde dois irmão se abraçam, mostrando de vez que independente dos gostos musicais o que temos no coração é a felicidade e o amor ao próximo...Nessa euforia há quem se arrepia com o som da guitarra...ou quem chora no girar de um pavilhão...Com guitarra na mão e samba no pé, comemoramos os dez anos da nossa agremiação, num verdadeiro carna-rock.

 

Em vez de escravos, trazemos humanos irradiados de alegria. E ao invés da opressão...a música em forma de benção. Seja nas bandas, ou seja, no rufar do tambor...dois ritmos que sofreram a amargas conseqüências por mentes dominadas por indiferenças.

Mas hoje o grito é de alegria. Cavaco e guitarra juntam seus acordes:

 

PARABENS SÃO JORGE! VIVA A ÁFRICA! VIVA O SAMBA!...E VIVA O ROCK! 

 

 

 

bottom of page